O Ministério Público Federal (MPF) abriu novos procedimentos para apurar a destinação de emendas parlamentares de milhões de reais a municípios do Rio de Janeiro, segundo reportagem da Revista VEJA. Entre os alvos está o deputado federal Max Lemos (PDT-RJ), além de outros parlamentares fluminenses, como Alexandre Ramagem (PL-RJ), Gutemberg Reis e Julio Lopes.
De acordo com as investigações, Max Lemos teria direcionado R$ 2 milhões para Carapebus no ano de 2024. Já Julio Lopes destinou duas emendas: uma de R$ 297 mil e outra de aproximadamente R$ 1,6 milhão — esta última aparece como “suspensa” no acompanhamento do MPF por falta de apresentação de plano de trabalho. Gutemberg Reis, por sua vez, enviou R$ 471 mil e R$ 990 mil para a prefeitura de Casimiro de Abreu.
O MPF exige agora que as prefeituras envolvidas prestem contas completas sobre os recursos recebidos. Entre os pedidos feitos pelo órgão estão: informações sobre as contas bancárias específicas usadas para movimentar as emendas “via transferência especial”, os valores recebidos e, sobretudo, o uso efetivo do dinheiro. Também será exigida a prestação de contas no sistema Transferegov.br.
Segundo a VEJA, essa investigação faz parte de uma ofensiva mais ampla do MPF. Desde o final de 2024, o órgão abriu 234 procedimentos para rastrear repasses de emendas parlamentares suspeitas de irregularidades.
Para analistas, a mobilização atual reflete preocupação institucional com a transparência e a accountability dessas emendas “secretas” — tema que tem ganhado cada vez mais notoriedade no debate público.
Até o momento, não há confirmação de conclusão das apurações nem de indiciamentos, mas a pressão para prestação de contas por parte do MPF indica que os recursos estarão sob monitoramento rigoroso.



