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Boulos tenta criar crise nas redes, mas Tarcísio mantém foco e deixa a provocação para 2026

Publicada em: 17/11/2025 16:57 -

O governador de São Paulo fala em capacidade administrativa; o novo ministro responde com slogans e ameaças veladas.Em vez de propostas, Boulos mais uma vez aposta na retórica agressiva e extremista de sempre.

Não foi preciso muito para que o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, transformasse uma crítica política comum em espetáculo. Bastou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, comentasse — com a natural franqueza de quem administra um estado real e não uma assembleia estudantil — que o Brasil precisa “demitir o CEO” para que Boulos acionasse sua já conhecida retórica inflamada nas redes sociais.

Tarcísio ousou dizer o óbvio: o Brasil “tem tudo”, mas está mal administrado. Nada além do retrato de um governo que, em vez de governar, prefere viver de aeroporto em aeroporto, carregando comitiva, discursos repetidos e gastos cada vez mais robustos. Mas, claro, a menção à má gestão desperta sensibilidade no Planalto — especialmente em quem está mais acostumado a megafones de protesto do que a planilhas de governo.

Boulos, então, reagiu no melhor estilo bravateiro: “Tenta a sorte em outubro do ano que vem, governador… e não vale golpe dessa vez!”
O ministro transformou uma crítica administrativa em ameaça eleitoral, como se seus posts fossem parte do Diário Oficial. Para completar, ainda lançou a clássica insinuação contra Jair Bolsonaro — recurso sempre útil quando faltam argumentos e sobram bordões.

No fim das contas, Boulos parece ter lido as declarações de Tarcísio com o mesmo cuidado que dedica às regras do português: nenhum. O governador falou de gestão; Boulos ouviu conspiração. Talvez porque, no governo atual, toda divergência é tratada como golpe, e toda crítica, como heresia.

O coro da indignação programada

Mas Boulos não quis brilhar sozinho. Lindberg Farias correu às redes para fazer o número complementar, acusando São Paulo de tudo o que, convenientemente, se esquece de cobrar do governo federal. Alegou colapso na saúde, falhas na educação, avanço do crime organizado e até malas prontas para fuga de aliados — um roteiro dramático digno de novela das nove.

Natural, aliás, que a oposição a Tarcísio se esforce tanto: o governador é hoje o nome que mais incomoda o lulismo. E incomoda porque trabalha, entrega obras, equilibra contas e não precisa recorrer a discursos inflamados para parecer relevante.

 

Enquanto isso, em Brasília, ministros se estapeiam nas redes sociais e se apressam em defender um governo que parece mais preocupado com conferências internacionais do que com a inflação doméstica; mais focado em palestras e simbolismos do que em resultados.

 

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