Jaceruba se tornou há muito tempo uma rota tradicional para moradores de toda a baixada em específico, Queimados. Jaceruba é um bairro que apesar de está mais próximo dos queimadenses e do povo daqui já te um carinho pela localidade e inclusive ter eleitores que votam em Queimados, é um bairro de Nova Iguaçu na Baixada Fluminense, faz parte da Reserva Biológica e Unidade de Conservação do maciço do Tinguá, carrega uma trajetória marcada pela relação com o desenvolvimento ferroviário e pela preservação ambiental. Inserido em uma das áreas mais ricas em biodiversidade da região do Estado do Rio de Janeiro, o local reúne passado histórico, riqueza natural e forte identidade cultural.e já salvou o município do Rio de Janeiro quando era capital do Império de uma seca devastadora.
Origem do nome e primeiros registros
O nome “Jaceruba” tem origem na língua tupi e significa “a árvore que contém melancias”, derivado da expressão yacê-yru-yba. Antes de receber essa denominação, a localidade era conhecida como São Pedro, até o ano de 1883, quando passou a ser chamada oficialmente de Jaceruba.
A ferrovia como motor do desenvolvimento

Trem na estação de Jaceruba, data desconhecida, Foto enviada por Davi Amorim.
O crescimento do bairro está diretamente ligado à Estrada de Ferro Rio de Ouro ou Rio D’ouro na escrita mais antiga, uma importante linha férrea que operou do final do século XVIII até aproximadamente 1970, aberta ao tráfego de passageiros em 1883, junto com a linha principal da Rio D'Ouro, que servia para o abastecimento de água da capital, ligando a região da Baixada Fluminense ao Caju, no Rio. . A ferrovia teve papel fundamental na mobilidade e no escoamento da produção local, impulsionando o surgimento de pontos de comércio e o desenvolvimento urbano da região.
Na época, Jaceruba contava com uma estação ferroviária (que existe desativada até os dias de hoje como marco histórico e identidade local), que facilitava o transporte dos moradores e contribuía para a integração com outras localidades. A antiga casa do agente da estação ainda existe e permanece como símbolo desse período histórico, até pouco tempo se encontrava em estado de conservação precário, porém, sofreu uma reforma e ficou linda como nos tempos da ferrovia.

Patrimônio ambiental e cultural
Atualmente, Jaceruba integra a Área de Proteção Ambiental (APA) e a Reserva Biológica do Tinguá, sendo reconhecida como um verdadeiro santuário da Mata Atlântica. O bairro abriga paisagens naturais preservadas, trilhas ecológicas e a famosa Cachoeira de Jaceruba, que atraem visitantes e moradores em busca de contato com a natureza.
Além da importância ambiental, o bairro também se destaca por suas manifestações culturais. Entre elas, a tradicional Festa da Banana, evento que celebra a produção local, valoriza os agricultores e movimenta a comunidade com atividades culturais e sociais.
Hoje, aproximadamente 4 mil moradores vivem em Jaceruba, mantendo viva a memória da comunidade. A história do bairro tem sido registrada e valorizada por meio de iniciativas culturais, incluindo produções audiovisuais como o projeto “Jaceruba em Foco”, que busca preservar relatos, imagens e vivências da população local.
Um retrato da Baixada Fluminense
A trajetória de Jaceruba reflete o próprio processo de formação da Baixada Fluminense: marcada pela expansão das vias de transporte, pela valorização crescente de seu patrimônio natural e imobiliário e pela resistência cultural de seus moradores. Entre trilhos que ficaram no passado e florestas que seguem preservadas, o bairro continua sendo símbolo de história, identidade e pertencimento.

Jornalista Luciana Vieira tomando banho na Cachoeira de Jaceruba em dezembro de 2025 - Foto: Nelson Ferreira
Muitos moradores do próprio bairro, e de municípios como de Queimados, que já transformaram a região em rota de entretenimento e descanso, vem sentindo um grande impacto no volume de águas do Rio Jaceruba, segundo moradores e banhistas que se deslocam a décadas de outras regiões para o local, afirmam que o volume de água do rio só vem diminuindo a cada ano e que já não é mesmo rio de 20 anos atrás.
Existem suspeitas de que nas últimas décadas a empresa responsável pelo reservatório de águas de Jaceruba esteja diminuindo o volume de águas do rio Jaceruba para aumentar sua capacidade de fornecimento para abastecer cidades como o Rio e Baixada, provavelmente pelo aumento de forma desordenada da população que só cresce nessas regiões tendo que dobra a pressão para manter fornecimento de água, porém, são apenas suspeitas o que levanta a tese, no entanto essa diminuição no volume de águas do Rio precisa ser verificado pelo órgãos de fiscalização do Governo, porque não prejudica apenas os banhistas que inclusive são eles que acaba contribuindo por parte da economia local, mais também a produtores rurais da região que depende dessas águas.
Outro fator que pode contribuir, mais com um pesos bem menor do que o primeiro, é o uso excessivo e má gestão da água: O aumento da demanda por água devido ao crescimento populacional e ao desenvolvimento econômico leva à exploração excessiva dos recursos hídricos, tanto superficiais quanto subterrâneos (poços artesianos ilegais). A má gestão e a perda de água na distribuição também são problemas significativos no estado do Rio de Janeiro.
São apenas suspeitas e conclusões não verificadas corretamente, o que moradores devem exigir do governo e de suas prestadoras de serviços, é fiscalização por parte de representantes do povo que possuem direito de saber como está sendo feito a capitação e o represamento e o tratamento da água da Cachoeira de Jaceruba. Além de obterem informações precisas, a população local deveria receber uma contra partida por parte dessas empresas e do governo do Estado que exploram os recusos hídricos a séculos na região, pelo menos na limpeza e na construção de locais seguros para o banho no Rio, incentivando o turiso local para que haja desenvolvimento econômico na região sem precisar moradores terem que mudar do seu bairro por causa de trabalho e outros compromissos.
existem demandas importantissímas como: A instalçaõ de uma UPA 24h devido a distância da região e deslocamento em caso de emergência para uma unidade de saúde mais próxima como Japeri ou Queimados. Além do aumento na demanda no transporte público tanto para Queimados, Japeri, como para Nova Iguaçu ou quem sabe a instalação de uma linha em horários de picos para Central do Brasil via Arco Metropolitano servindo ao bairro e a outros vizinhos, seria o mínimo de uma contra partida do Governo e das empresas que utilizam das águas da unidade de preservação ambiental, onde moradores estão inseridos também.
Como chegar a Jaceruba – Queimados (RJ)
Saindo do Centro de Queimados
1 - Vá em direção à Estrada do Tinguá (RJ-093).
2 - Siga pela RJ-093 sentido Tinguá / Nova Iguaçu.
3 - Depois de alguns quilômetros, fique atento às placas e acessos para Jaceruba.
4 - Entre na estrada de acesso ao bairro (geralmente indicada por moradores e placas locais da prefeitura).
5 - Continue até chegar ao centro da comunidade.
Saindo do Centro do Rio de Janeiro
1 - Pegue a Via Dutra (BR-116) sentido São Paulo.
2 - Saia no acesso para Queimados / Nova Iguaçu.
3 - Siga em direção a Queimados.
4 - Chegando à cidade, pegue a RJ-093 (estrada que leva ao Rio D'Ouro).
5 - Prossiga até encontrar o acesso para Jaceruba.
De transporte público
1 - Vá até Queimados de trem (ramal Japeri) ou ônibus intermunicipal.
2 - No centro do município, pegue um ônibus que siga para a região de Jaceruba, lembrando que possui horários certos de saídas dos ônibus da empresa Fazeni.
Dica importante
Como Jaceruba fica em área rural e ambiental, algumas estradas não aparecem com clareza em placas. Ao se aproximar do bairro, é comum: perguntar a moradores, ou usar aplicativos de mapa buscando por:
“Bairro Jaceruba – Queimados RJ” ou “Cachoeira de Jaceruba”.
Por: Nelson Ferreira



